Não estamos prontos, estamos em movimento. Não somos seta, somos tocha. E é nesse flamejar que buscamos aquecer nossos potenciais. Cada um com os seus, cada um com a sua busca. Em tempos de uniformização, produtividade e eficiência como valores máximos, a singularidade de cada chama pode assustar. Por vezes, tentamos mascarar nosso jeito, nosso brilho ou nossa sombra para que exista aceitação. Mas será que é isso o que a vida pede? Somos vulneráveis porque somos afetados e também afetamos - de forma única.
Textos desta edição:
- Pedra sobre pedra
- Terras submersas
- Expandir e pertencer
LER NA ÍNTEGRA
Ora ele parece curto, ora comprido. Mas nunca encolhe nem estica. O tempo fica parado, e somos nós que nos movemos. O tempo das obrigações nos pressiona do lado de fora, enquanto por dentro funcionamos em outro ritmo. A maturação interior precisa dos mergulhos na concretude do presente, mergulhos na textura da folha e nos cheiros da terra, mergulhos no tocar e ser tocado pela vida. Amarrados em burocracias e dificuldades – a maioria delas arquitetadas por nossas escolhas anteriores –, sentimos o tempo acorrentado. A densidade de tudo o que nos cerca torna o experimentar menos fluido e mais pesado.